A experiência de compras através do marketing sensorial
Que a pandemia foi responsável por grandes mudanças no cenário mundial é inegável e, no varejo, um dos principais impactos foi a transformação no papel da loja física. "O que se percebe cada vez mais é que as decisões de compra são influenciáveis. Então tudo o que o varejista puder criar de experiência no ponto de venda para impactar o consumidor, fazendo com que ele compre, é superimportante", revela Fernando Ranschburg, CEO da RDS - empresa especializada em mídia indoor, marketing sensorial e dados -, em entrevista exclusiva ao Jornal Giro News. Neste novo cenário, o ponto de venda é visto não somente como um lugar onde as pessoas vão fazer compras, mas onde também vão trocar experiências e se relacionar com outras pessoas.
Marketing Sensorial
A experiência de compras através do marketing sensorial. Segundo o CEO, o PDV precisa ser responsável por criar experiências memoráveis aos clientes, para que o varejo consiga se diferenciar nas suas lojas físicas. Para atender essa demanda, empresas têm investido no chamado marketing sensorial, que "é basicamente focado nos sentidos das pessoas, trabalhando com experiências por meio do áudio, com a rádio in door; vídeo, através de digital signage; e olfato, através do marketing olfativo", conforme explica Fernando. Quando o cliente se dirige até o estabelecimento, ele acaba se "envolvendo" com o ambiente, com as músicas, os aromas e até a forma como o produto é exposto. Tudo acaba chamando sua atenção, mesmo que de uma maneira não tão óbvia, e esse é o intuito da experiência proposta pelo marketing sensorial.
Music Branding
Dentre os cases trabalhados pela RDS, uma rede de supermercados registrou crescimento de 218% nas vendas de uma Smart TV, em comparação com o mesmo período do ano anterior, após usar a locução para promover descontos. Vertentes como a infraestrutura de som e o music branding estão entre as mais demandadas. "Existe uma estrutura de análise para que a gente possa criar a programação musical voltada ao varejo e fazer um music branding que encaixe e converse com a marca, para que os clientes e os colaboradores se sintam bem naquele ambiente, fazendo com que o cliente fique mais tempo na loja e os colaboradores trabalhem de uma forma mais motivada", explica Fernando.
O PDV do Futuro
No futuro, o que vai atrair o shopper para a loja física, de acordo com o CEO, é a capacidade de o varejo poder entregar a melhor experiência possível. "Quando a pessoa vai na loja é porque ela quer ser bem atendida, se relacionar com a marca como um todo." Neste contexto, a RDS prevê crescer também no pequeno varejo, que talvez ainda não tenha acesso a todos os conceitos e tecnologias que têm impactado o setor. Outro foco da empresa é, futuramente, trabalhar mais soluções baseadas em dados, para impulsionar as vendas. "A RDS cresceu esse ano e a meta de crescimento anual é 30%. No pós-pandemia, nossas funções têm sido diferenciadas. E em três anos, são essas ações que temos como objetivo", finaliza.
Texto: Lívia Campos
Tema: A experiência de compras através do marketing sensorial